“O Amor de Deus faz sábios e santos."
Quem são os Leigos do Amor de Deus?
Cristãos que se sentem chamados a viver a espiritualidade Amor de Deus, entendendo o mundo e a fé a partir deste carisma que o Espírito Santo suscitou na Igreja através do Venerável P. Usera.
Vinculados à Família Amor de Deus, testemunham a sua fé em Cristo e, a partir do Evangelho, comprometem-se a fazer o bem na sua vida pessoal, familiar, profissional e social.
Em 8 de Dezembro de 2013 o Movimento Secular Amor de Deus é constituído e a 27 de Abril de 2014 os primeiros leigos fazem a sua promessa em Toro. Existem grupos de Leigos Amor de Deus em Portugal, Espanha, Moçambique, Peru, Chile, Brasil, Bolívia, Cuba, México.
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Grupos
Atualmente existem em Portugal grupos de leigos Amor de Deus em Guimarães, Porto, Valpaços e Cascais, ligados à Congregação, tendo uma comunidade religiosa de referência.
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Oração e Ação
Cada grupo reúne, com frequência, para aprofundar a fé, rezar, refletir e estudar a vida e obra do Padre Usera e o Carisma Amor de Deus. Muitos destes grupos apoiam projetos e ações solidárias a nível nacional e internacional.
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Formação
A Coordenação Geral do MSAD criou um programa de formação simples, mas profundo, que abrange todos os leigos, orienta e ajuda a crescer na fé e no compromisso.
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Encontro Nacional
Anualmente, todos os grupos de leigos Amor de Deus se reúnem em Fátima, na Casa Provincial, para o Encontro Nacional. São dois dias preenchidos com momentos celebrativos, de oração, convívio, aprendizagem, partilha e muita alegria.
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Retiros
Para além dos retiros organizados pelos próprios grupos, há um dia de retiro anual para todos - Leigos e Irmãs.
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Peregrinação Nacional
Sempre que se considere oportuno, realiza-se a Peregrinação Nacional, que congrega Irmãs e Leigos da Família Amor de Deus para um dia de vivência do carisma em comunhão.
Sentes que Deus te chama a fazer o bem na terra?
A Vocação
SOMOS CHAMADOS POR DEUS
Nós, os leigos, homens e mulheres de todas as idades, condições e culturas, sentimo-nos também impelidos pelo amor de Cristo, “CARITAS CHRISTI URGET NOS”, e chamados, como Jerónimo Usera, a fazer o bem na terra.
SOMOS IGREJA
A consagração baptismal configura-nos com Cristo, torna-nos membros do seu Corpo e partícipes do seu ser e da sua função sacerdotal, profética e real. Em virtude de esta consagração e da unção do Espírito Santo, que também recebemos na confirmação, convertemo-nos numa nova humanidade através da qual Cristo continua hoje a sua missão no mundo. Participamos no crescimento do Corpo de Cristo e na extensão do Reino de Deus realizando, a partir da evangelização e como leigos, o triplo serviço: sacerdotal, profético e real de Cristo.
Pela participação no sacerdócio de Cristo ficamos especialmente capacitados para consagrar o mundo a Deus, oferecendo ao Pai, por meio de Jesus Cristo e vivendo segundo o Espírito Santo, os nossos compromissos de evangelização, a oração, a vida conjugal e familiar, o trabalho, o descanso e as dificuldades da vida. Unimos tudo isso à oferenda do Corpo de Cristo na Eucaristia, na qual nos oferecemos ao Pai juntamente com a Vítima sagrada.
Unidos a Cristo profeta e revestidos da força do Espírito Santo, ficamos capacitados e destinados a proclamar, com o testemunho de vida e com a palavra, que o Senhor Jesus ressuscitou e vive, e confessamos a nossa fé no meio do contexto das realidades temporais, anunciando o absoluto de Deus e o carácter provisório dos bens passageiros e denunciando tudo aquilo que não está em sintonia com o Amor de Deus.
A participação na realeza de Cristo leva-nos a optar radicalmente pela sua causa: o Reino de Deus. Coloca-nos ao seu serviço e ao serviço de todos os homens para renovar a humanidade a partir do seu interior e mudar as estruturas desumanas do mundo, para que tudo seja regulado pela justiça, pela paz e pela caridade.
SOMOS COMUNIDADE
Somos Povo de Deus e sentimo-nos comunidade, uma comunidade real, viva, seguidora de Jesus de Nazaré e onde se vivem as quatro grandes dimensões: fraternidade, celebração, anúncio e compromisso.
SOMOS LEIGOS
Como cristãos estamos chamados a fazer do Evangelho a nossa própria regra de vida. Isso significa: Optar radicalmente por Cristo, fazer do Reino de Deus o valor supremo da nossa vida e acolher os ensinamentos de Jesus proclamados nas Bem-aventuranças. A voz do Senhor ressoa no mais íntimo do ser de cada cristão que, mediante a fé e os sacramentos, foi configurado com Cristo, foi enxertado como membro vivo na Igreja e é sujeito ativo da sua missão de salvação.
Nós os leigos recebemos, como dom do Espírito, a vocação que nos destina a cooperar na extensão do Reino gerindo os assuntos temporais e ordenando-os segundo Deus. A nossa condição leva-nos a viver em todos os âmbitos do mundo, da família e da sociedade, impregnando e aperfeiçoando toda a ordem temporal de espírito evangélico.
SOMOS “AMOR DE DEUS”
Como a Jerónimo Usera, o Carisma Amor de Deus qualifica todo o nosso ser. O Espírito Santo capacita-nos e destina-nos a um serviço especial na Igreja: ser como Jesus manifestação gratuita do amor do Pai. Este amor derramado pelo Espírito nos nossos corações (Rom 5,5) leva-nos a ser solidários com os que sofrem a miséria e a injustiça e a ajudá-los a sair dela. Proclamamos a bondade e a beleza de tudo o que foi criado e o carácter relativo dos bens terrenos diante do absoluto de Deus e seu Reino. Rejeitamos toda a forma de apego à riqueza, de consumismo, ostentação e egoísmo como obstáculos no nosso caminho para Deus e para o próximo.
Como Jesus, procuramos incessantemente fazer a vontade do Pai; descobrimo-la na sua Palavra, na oração, nos ensinamentos da Igreja, no diálogo com os irmãos, nos acontecimentos, nos sinais dos tempos. Esta vontade de Deus ilumina-nos e sustenta-nos no cumprimento dos nossos compromissos sociais, familiares e profissionais.
O Carisma do Amor de Deus, dom do Espírito Santo, impele-nos a situar-nos no meio do mundo como irmãos e a impulsar as relações fraternas da humanidade. Este amor, levado ao quotidiano e ordinário da vida, gera o compromisso da transformação do nosso espaço vital numa verdadeira e nova família.
Somos chamados a viver em comunhão com os diversos grupos cristãos, especialmente com a família “Amor de Deus”. Cuidamos a comunhão fraterna e a colaboração mediante o conhecimento e a informação recíproca, a ajuda espiritual e formativa.
No caminho de seguimento de Jesus, Maria é para nós mãe, mestra, irmã e companheira. A mulher crente que acolheu na sua vida o amor de Deus que n’Ela se fez carne é para nós o modelo privilegiado da vivência deste mistério. Ensina-nos a oferecer ao mundo, através da nossa palavra proclamada e transformada em gestos de vida, a Palavra que Deus pronuncia no nosso interior.
"A caridade de Cristo nos impele" (2 Cor. 5,14)
Rasgos da Espiritualidade
CRISTOCÊNTRICA
Jesus é a plena manifestação do amor de Deus à humanidade. É em Jesus que Deus toma a iniciativa de se fazer próximo, assumindo a nossa condição em toda a sua realidade. N’Ele, Deus encontra-se com o ser humano e este com Deus. O mistério da Encarnação leva-nos a experimentar a ternura de Deus que nos ama e nos chama, e que se torna misericórdia e solidariedade por nós, que nos fundamenta e nos recria. Uma atitude que permite ver, viver e saborear em todas as coisas a presença de Deus e contemplar a realidade com os seus olhos. Desde aí brotará a misericórdia, a solidariedade, o amor comprometido que não se esgota no momento, que permanece fiel até dar a vida. Como Jesus, fazemos a Vontade do Pai e, fiéis ao Espírito Santo, construímos o Reino de Deus porque o porvir do mundo está reservado à Lei Santa de Cristo.[1]
MARIANA
Consideramos Maria como a mulher do SIM e a obra mestra do amor de Deus, e o nosso modelo de crentes e de leigos pelo seu empenho em fazer a Vontade do Pai. Ela é o protótipo para o que olha toda a Igreja, as nossas comunidades e cada um de nós. De Maria aprendemos a docilidade ao Espírito Santo; temo-la presente na nossa oração, nas nossas dúvidas e incertezas e na nossa missão apostólica. Ela, cuja doçura é igual ao seu poder e cujo poder não conhece limites, é a nossa mãe[2].
ECLESIAL
Sentimo-nos Igreja, participamos da sua vida interna, dos seus sacramentos e liturgia; acolhemos os seus projetos e trabalhos apostólicos; alegramo-nos com a presença do Espírito Santo nela, assumimos o seu magistério e vivemos em comunhão como povo de Deus. Amamos a Igreja que une os seus filhos, não já como partes de um todo, senão como membros de um corpo místico, para cujo glorioso engrandecimento todos devemos contribuir[3].
ORANTE
Renascidos no batismo e confirmados pelo Espírito Santo, centramos a nossa vida nos sacramentos da Eucaristia, do Perdão, no acolhimento da Palavra, na oração litúrgica e na oração pessoal e comunitária onde nos abrimos à ação salvífica de Deus. Senhor, fazei que vivamos todos como irmãos, servindo-Vos e servindo-nos a nós mesmos… [4]
APOSTÓLICA
Sentimo-nos chamados pelo Espírito Santo a ser contemplativos na ação. O mandato de Cristo lança-nos para águas profundas, a uma espiritualidade da ação, vivida no mundo e no meio das labutas dos seres humanos na procura de mais dilatados horizontes, novas terras para estender o Vosso Reino[5].
FRATERNA
A pessoa, criada à imagem e semelhança de Deus, é elevada por Jesus à dignidade de filha de Deus. Este é o fundamento de uma fraternidade nova. O carisma Amor de Deus, derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo, impele-nos a que nos situemos no mundo como irmãos e impulsemos relações fraternas na humanidade. Este amor, levado ao quotidiano da vida, gera em nós o compromisso de viver como uma verdadeira família. O católico vê em cada homem um verdadeiro irmão…[6]
CARISMÁTICA
A nossa espiritualidade ilumina-se com a luz da gratuidade, da simplicidade, da cordialidade, do acolhimento, da proximidade com os que sofrem e do encontro com o outro, aceitando com alegria a exigência no trabalho e a responsabilidade perante os compromissos da vida. Não queremos mais prémio que a Vós mesmo…[7]
Nas nossas comunidades assumimos o estilo próprio “Amor de Deus” de acordo com o Evangelho que anunciamos.
- Ambiente de família, com aspeto simples e acolhedor, que facilita o convívio.
- Dedicação, competência e responsabilidade no trabalho.
- Relações interpessoais abertas, cordiais e respeitosas.
- Clima de liberdade e alegria.
- Sentido de colaboração e apoio.
- Consciência do valor transcendente das ações mais simples.
[1] , pág. 325.
[2] Jerónimo M. Usera. Escritos, pág. 249.
[3] Jerónimo M. Usera. Escritos, pág. 102.
[4] Jerónimo M. Usera. Escritos, pág. 287.
[5] F. Romero López. El Padre J. M. Usera y sus religiosas del Amor de Dios, pág. 223.
[6] Jerónimo M. Usera. Escritos, pág. 99.
[7] , pág. 287.